Além de madeireiras, o madeireiro Décio José Barroso Nunes, conhecido como Delsão, condenado agora por trabalho escravo, é o mesmo que responde a processo pelo assassinato do sindicalista José Dutra da Costa Neto, o “Dezinho”, crime ocorrido em Rondon, no ano de 2000.
Entre os dias 8 e 13 de agosto, homens e mulheres do Brasil e do exterior irão percorrer estados brasileiros onde a mineradora Vale atua, mapeando violações de direitos cometidas e buscando visibilizar as denúncias locais.
Cerca de 400 trabalhadores rurais do MST ocuparam a delegacia do Ministério da Fazenda em Curitiba (PR), na amanhã desta segunda-feira (3/8). Também ocorrem mobilizações em rodovias e pedágios do estado.
Além do Paraná, os Sem Terra já ocuparam os Ministérios da Fazenda em Brasília, no RS e CE. No PA trancaram uma ferrovia da Vale e em MG duas rodovias também foram trancadas. Até o momento ocorrem mobilizações também em SP, PB e PE. A Jornada Nacional de Lutas do MST, que ocorre em todo o país, tem o objetivo de denunciar o ajuste fiscal do governo no orçamento da Reforma Agrária.
Segundo os Sem Terra, a paralisação da Reforma Agrária se agrava com o ajuste fiscal do governo, que cortou quase 50% dos recursos da Reforma Agrária - de R$ 3,5 bilhões sobraram apenas R$ 1,8 bilhão, o que ameaça estagnar ainda mais o processo da Reforma Agrária no país, já que sem orçamento não há como o governo cumprir o compromisso político que assumiu no início deste ano, de assentar 120 mil famílias Sem Terra acampadas no Brasil.
No Paraná, são 7 mil famílias acampadas em 75 latifúndios improdutivos. Os Sem Terra exigem que o governo elabore um Plano de Metas para assentar no mínimo 50 mil famílias por ano em todo o país, no período de 2016-2018. Hoje, 193 áreas se encontram com processos judiciais que impedem aquisição pelo Incra. São mais de 986 mil hectares de terras, em todo o país, que dependem da Justiça para a sua liberação para a Reforma Agrária.
Eles também reivindicam do governo federal um programa que garanta o desenvolvimento produtivo e social, resolvendo os problemas infraestruturais dos assentamentos, como a construção/recuperação de estradas; energia elétrica para consumo familiar e produção agrícola e agroindustrial; a construção de escolas nos assentamentos; a construção de postos de saúde, combinados com o programa Mais Médicos; a viabilização de saneamento ambiental e ecológico nos assentamentos; a construção de centros comunitários, para convivência cultural e lazer.
Os trabalhadores também cobram a continuidade da assistência técnica que estimula a cooperação e a produção de alimentos saudáveis, respeitando e garantindo a participação das organizações das famílias assentadas e a ampliação de programas para a agroindustrialização e comercialização dos alimentos produzidos camponeses Sem Terra.
Ao final do encontro foi divulgada uma Carta que reafirma suas exigências e objetivos a favor do movimento. Eis a carta:
Nós, mais de 4 mil participantes da 14ª Jornada de Agroecologia, vindos de diferentes regiões do Brasil, e de outros 10 países, reunidos na cidade de Irati, Paraná – Brasil, entre os dias 22 e 25 de julho de 2015, reafirmamos nosso compromisso com a agroecologia e assim damos continuidade a nossa luta por uma Terra Livre de Latifúndios, Sem Transgênicos e Sem Agrotóxicos, e pela construção de um Projeto Popular e Soberano para a Agricultura.