Registros da realidade
Desde sua criação, em 1975, a Comissão Pastoral da Terra se defronta com a grave situação no campo brasileiro, onde os conflitos pela posse da terra geram a violência e a morte de trabalhadores e trabalhadoras rurais. Essa violência começou a ser registrada pela CPT ainda na década de 70
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* Somente nesse ano de 1989, a CPT fez duas publicações
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A CPT, com este trabalho, tornou-se a única entidade a realizar tão ampla pesquisa da questão agrária em escala nacional, e os seus dados são utilizados por várias instituições de ensino, pesquisadores, instâncias governamentais e pela imprensa.
Por que documentar?
Por fidelidade “ao Deus dos pobres, à terra de Deus e aos pobres da terra”, como está explicito em sua missão, é que a CPT assume o compromisso de registrar e denunciar os conflitos de terra e da água e a violência contra os trabalhadores e seus direitos. A documentação, realizada por um setor específico da entidade, possui as dimensões:
Teológica – de acordo com a história bíblica, Deus ouve o clamor do seu povo e está presente na luta dos trabalhadores. A luta em si é um ritual celebrativo da presença de Deus e da esperança que anima o povo.
Ética – porque a luta pela terra é uma questão de justiça e deve ser pensada no âmbito de uma ordem social justa.
Política – o registro da luta é feito para que o trabalhador, conhecendo melhor sua realidade, possa com segurança assumir sua própria caminhada, tornando-se sujeito e protagonista da história.
Pedagógica – o conhecimento da realidade ajuda a reforçar a resistência dos trabalhadores e a forjar a transformação necessária da sociedade.
Histórica – todo o esforço e toda luta dos trabalhadores de hoje não podem cair no esquecimento e devem impulsionar e alimentar a luta das gerações futuras
Científica – a preocupação de dar um caráter científico à publicação existe não em si mesma, mas para que o acesso aos dados possa alimentar e reforçar a luta dos próprios trabalhadores, contra o latifúndio. Não se trata simplesmente de produzir meros dados estatísticos, mas de registrar a história da luta de uma classe explorada, excluída e violentada.