Na manhã da terça-feira, 29 de abril, cerca de 300 famílias camponesas ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em João Pessoa (PB), para exigir providências urgentes em relação aos processos de vistoria, obtenção de terras e liberação de recursos para fomento à produção.
A ação foi organizada por comunidades que vivem há anos em situação de acampamento e enfrentam conflitos fundiários sem qualquer avanço nos trâmites burocráticos por parte do Incra. Algumas delas aguardam há mais de duas décadas os encaminhamentos necessários para a efetivação do direito à terra.
Os agricultores e as agricultoras reivindicam uma audiência com o superintendente regional do Incra na Paraíba, Sr. Antônio Barbosa, e com a diretora de Obtenção de Terras do Incra Nacional, Dra. Maira Coraci Diniz. A falta de resposta efetiva por parte do órgão tem comprometido a sobrevivência e a dignidade de centenas de famílias, que seguem resistindo nos territórios onde estão acampadas.
As famílias relatam estarem cansadas de esperar e cobram aquilo que é delas por direito: acesso à terra para trabalhar e viver com dignidade.
A ocupação tem como objetivo pressionar o Incra para que haja celeridade na liberação dos recursos e na realização das vistorias técnicas necessárias para a desapropriação e aquisição de áreas onde essas famílias possam ser definitivamente assentadas.
A equipe da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de João Pessoa acompanha e apoia a luta das comunidades camponesas por reforma agrária e denuncia o descaso histórico com que o Incra tem tratado as demandas dessas famílias na Paraíba. A morosidade no atendimento e a ausência de políticas efetivas de acesso à terra reforçam a exclusão social no campo e alimentam os conflitos agrários no estado.
Foto: Equipe CPT João Pessoa (PB)