Romaria da Terra: domingo, 10 de novembro 2019
Praça do Lanceiro, Nazaré da Mata-PE
Partida: "05.00"
04.45: "Madrugada Camponesa ..."
o cheiro do orvalho filtrado pelo sol nascente
mistura com o cheiro-sabor azedo de cana queimada
04.50: chega D. Severina - "trabalhei 17 anos na enxada
no Assentamento Pedro e Inácio para não precisar comprar comida
os filhos não quiseram ficar na roça ... trabalham como vigia, servente ...
Severina: "Tinha comida de sobra - batata, macaxeira ...
e tinha comida para dar a quem tinha fome. O marido morreu ...
eu sozinha ... os filhos não queriam ficar (nesta fábrica de alimentos)"
05.10: chega o carro-de-som
"Pai Nosso dos Mártires" enche o coração e os ouvidos
dos que vem chegando: filhos e filhas do Pai da Romaria
Vem chegando o Povo dos Engenhos
das Ocupações, dos Assentamentos:
é bandeira, é faixa, é cartaz
06.00: é hora de partir
- é juventude e criança, é casal e ancião
é parar aqui, alí, acolá: momentos de mística e memória
E assim romeiramos na estrada
saudados por uns (muitos), amaldiçoados por outros (poucos)
... até Romaria faz aparecer Luta de Classe
09.15: a Chegada - O Monumento dos Mártires Pedro e Inácio:
o sacrifício deles nos anima na subida final, sol de lascar
"Cansados?" ... "Não! Na luta do Povo ..."
09.20: Parada Final. Palavra Final:
"Foi aqui que Pedro e Inácio
decidiram entrar na História"
A Memória é Guardiã do Povo
e milho e mungunzá da mesa partilhada
junto com bolos e bolacha, sucos e água nos mantém em pé
Termina a Romaria (cumprimos a obrigação: "Façam isso em Memória de Mim")
e já vem chegando, entre suor e sorriso, a pergunta-pedido de sempre:
"Quando será a próxima Romaria?"!
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