Cerca de 170 missionários, lideranças indígenas e de movimentos sociais do Brasil estão participando, de ontem (27) até sexta (30), da 18ª Assembleia Geral do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). O encontro, que ocorre em Luziânia, Estado de Goiás, vai definir - para os próximos dois anos - as ações que pretendem frear o impacto das grandes obras nacionais sobre as populações tradicionais. Ontem e hoje, os participantes debateram o tema. Amanhã e sexta, os grupos de trabalho definirão o documento final do encontro.
Em Salto da Divisa, impera a concentração de terra nas mãos de poucos latifundiários. O latifúndio improdutivo e a monocultura do eucalipto - extremamente danosa ao meio ambiente - têm causado sérios problemas sociais relacionados à posse e ao manejo da terra. O coronelismo na região perpetua a pobreza, exclusão e desigualdade social.
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) pediu ontem (27/10) aos líderes do mundo que regulamentem a propriedade da terra como primeira medida para combater a fome e a pobreza. "Um sistema legal sólido do uso e da propriedade da terra é chave para combater a fome", destacou em um comunicado a FAO, organização que iniciou consultas no mundo para elaborar as diretrizes internacionais sobre a posse da terra e demais recursos naturais como a água, a pesca e as florestas.
De acordo com um estudo divulgado ontem (27/10) pelo Ministério do Meio Ambiente, no Brasil o desmatamento e a agropecuária estão na linha de frente da emissão de poluentes responsáveis pelo aquecimento global. As atividades representam juntas 77,9% das emissões de dióxido de carbono do país. O desmatamento é responsável por 51,9% das emissões e a agropecuária por outros 25%. Em terceiro lugar está o setor de energia, com 20%. A indústria é responsável por 1,7% das emissões e o tratamento de lixo e esgoto, por 1,4%.