Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

A Comissão Pastoral da Terra recebeu na tarde desta quarta-feira, dia 11/12, mais uma denúncia de violência contra os pescadores tradicionais do estuário do Rio Sirinhaém, localizado no município de mesmo nome, em Pernambuco. De acordo com a denúncia, um grupo de pescadores foi surpreendido por oito funcionários do CIPOMA, fortemente armados. Na ocasião, os funcionários tocaram fogo em uma barraca de palha de um dos trabalhadores que pesca no mangue. Segundo os relatos, os funcionários ainda agrediram verbalmente os pescadores presentes na ocasião e os ameaçaram. Esta é a terceira vez que trabalhadores são vítimas de violência no estuário do Rio Sirinhaém em menos de um mês.

 

No último dia 30/11, a Usina Trapiche, através de sua funcionária Evânia Maria Freire e cinco seguranças privados, incendiou a barraca de palha da pescadora Maria de Nazareth. O fato aconteceu novamente no dia 03/12. Os mesmos funcionários da Usina Trapiche destruíram novamente barra de palha da pescadora, além de terem confiscado seu documento de identidade e tocado fogo. No dia seguinte, a pescadora se dirigiu a Delegacia do município para prestar queixa sobre a queima de seu documento, porém os policiais que a atenderam se recusaram a registrar a denúncia.

Os fatos ocorridos nestas últimas semanas são uma prática recorrente por parte da administração da Usina Trapiche. No ano passado, a pescadora já havia denunciado à Justiça local destruição de barracas de pescadores tradicionais. Mas mesmo sendo levado ao conhecimento destas instâncias, a Usina não se sentiu inibida em protagonizar ações de violência e o fato torna-se a repetir.

Desde a década de 1980, a área em questão, as Ilhas de Sirinhaém, é palco de um conflito territorial que envolve uma comunidade de pescadores tradicionais e a Usina Trapiche. Atualmente é reivindicada pelos pescadores e pescadoras tradicionais para que seja transformada em uma Reserva Extrativista (Resex). Todos os processos e estudos necessários para a criação de uma Resex no local já foram concluídos pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) desde 2009, de lá até hoje, o processo encontra-se completamente paralisado aguardando apenas um decreto presidencial.


 

Outras informações:

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