Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Na Paraíba, nos dias 30 e 31 de agosto, lideranças de assentamentos na região da Borborema e do Curimatau, acompanhados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Campina Grande, tiveram reuniões com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).

Fruto da solicitação da CPT, o objetivo das reuniões territoriais foi tratar de demandas como a regularização dos beneficiários; remarcação dos lotes com georreferenciamento; Cadastro Ambiental Rural (CAR); assessoria técnica; créditos que estão com pendências; e infraestruturas produtivas, principalmente no que diz respeito à recuperação dos reservatórios de água.

A reunião realizada no dia 30, ocorrida na região da Borborema, foi articulada pela CPT em parceria com o Centro de Ação Cultural (Centrac), que referendaram as demandas apresentadas pelas lideranças assentadas e apresentaram preocupações em relação aos impactos ambientais e sociais causados pela chegada dos grandes empreendimentos de energia solar nas áreas de reforma agrária.

Estiveram presentes 25 lideranças de 6 assentamentos situados nos municípios de Campina Grande e de Aroeiras, o delegado MDA na Paraíba, Cícero Legal, e o superintendente do Incra no estado, Antônio Barbosa. Os representantes do governo federal acolheram as demandas apresentadas e se comprometeram em responder em um prazo de 45 dias.

No dia 31, foi a vez dos assentamentos da região do Curimatau receberem os representantes do Incra e do MDA. Participaram da reunião 24 lideranças comunitárias de 10 assentamentos, dois Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (STR), um representante do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), além do Secretário de Agricultura de Sossego e do presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural (CMDRS) do município de Pedra Lavrada.

Na ocasião, a CPT lembrou que as famílias pagaram pela realização do georreferenciamento privado, ficaram endividadas e ainda não tiveram a titulação. “Claro que compreendemos este tempo de um Brasil entregue a destruição das instituições, mas, as famílias querem saber o que terão para frente e quais as soluções que esta gestão pode apresentar”, falou Vanúbia Martins, agente pastoral da CPT.

O Marco Temporal e sucessão rural também foram temas debatidos na reunião, considerando que a previsão do Marco de 2015 e a proposta de ocupação dos lotes por edital retiram dos filhos e filhas de assentados o direito já adquirido anteriormente de seguirem vivendo e produzindo na comunidade. “Fala-se em sucessão ao mesmo tempo em que expulsam a juventude do campo”, disse o agente pastoral da CPT, Emmanuel Barbosa da Silva.

 

 

Foto: Equipe CPT Campina Grande

 

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