Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Ação envolve a retirada da cana e replantio da área com alimentos, durante Jornada Nacional

Os movimentos sociais do campo alagoano, unificados em torno da Jornada Nacional de Lutas no Dia Internacional de Luta Camponesa (17/04), realizam neste momento às margens da BR-101 e BR-104 duas retiradas massivas de cana-de-açúcar plantadas ilegalmente por Usinas e seus arrendatários. Como parte da ação, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) plantam milho e feijão.

 

 

A intervenção dos movimentos é um alerta para que sirva de exemplo a outros plantadores ilegais que se utilizam de áreas de domínio da União (30 metros para os dois lados a partir da rodovia) para aumentarem o lucro de seus empreendimentos. “Ao longo dos anos, esta se tornou uma prática muito comum e até hoje é relevada pelas autoridades, mas estamos em peso aqui para denunciar e, indo além, plantando uma produção que se volte para alimentação de nossa gente”, diz Carlos Lima da CPT Alagoas.

Os trabalhadores estão nas rodovias BR-101 e BR-104, nas cidades de Messias e Murici (aproximadamente 50 km de Maceió), região marcada pela devastação da Mata Atlântica em nome do plantio secular de cana-de-açúcar sob modelo exportador e de grande concentração de terras. Com facões e foices em punho, os militantes estão redesenhando à mão a margem das BR e, a cada decepada, vão plantando também a esperança de um modelo agrícola que se volte para a produção de alimentos saudáveis.

Mais cedo, as organizações do campo se somaram a um piquete nacional que parou por 21 minutos as estradas de todo país. Em Alagoas, foram dezesseis pontos interrompidos em denúncia a toda violência e injustiça no campo e contra a paralisia que sofre a política agrária, que alcança hoje índices piores do que os da Era-FHC.

Todos os anos, ações na passagem do dia 17 de abril lembram as cenas de horror e desespero patrocinados por Governo, Justiça e Polícia Militar do Pará no conhecido Massacre de Eldorado dos Carajás. Nesta operação de guerra da polícia contra trabalhadores foram vitimados 21 agricultores, entre eles Oziel Alves, de apenas 17 anos. Até hoje, os dois únicos condenados pela justiça continuam livres e impunes e a questão agrária no país persiste no tom da miséria e violência no campo.

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