Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Para dar aos consumidores a informação que as duas empresas sonegam, ativistas do Greenpeace colaram adesivos com o símbolo de produto transgênico em margarinas, maioneses e molhos para salada comercializadas por elas.

12/03/2008

Do Greenpeace

Dando continuidade à Semana do Consumidor, cerca de 15 ativistas do Greenpeace protestaram na manhã desta quarta-feira em um supermercado do Rio de Janeiro contra a falta de rotulagem adequada nos produtos fabricados pelas empresas Bunge e Cargill. Os ativistas colaram adesivos com o símbolo da rotulagem – um triângulo amarelo com o a letra T em preto, no meio – em margarinas, maioneses, molhos e bebidas fabricados pelas duas empresas. Esses produtos são fabricados com a mesma soja geneticamente modificada usada na elaboração dos óleos Soya e Liza de ambas as empresas – e que foram rotulados no início deste ano depois de determinação judicial.

Desde 2004 o Brasil tem uma lei que exige a rotulagem de todo produto alimentício fabricado com 1% ou mais de matéria-prima transgênica. Em 2005, o Greenpeace denunciou que a Bunge e a Cargill estavam vendendo os óleos Soya e Liza, respectivamente, sem a devida rotulagem. As duas marcas são líderes de mercado no país. A denúncia serviu de base para a ação civil pública do Ministério Público de São Paulo encaminhada à Justiça.

“A Bunge e a Cargill vêm sistematicamente escondendo dos consumidores brasileiros o uso de transgênicos na fabricação de seus produtos. E só rotularam os óleos depois que foram acionadas pela Justiça. Elas precisam respeitar a lei e seus consumidores, rotulando todos os produtos que foram fabricados com matéria-prima transgência”, afirmou Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha de engenharia genética do Greenpeace Brasil.

Desde sábado (dia 8 de março) voluntários do Greenpeace têm conversado com consumidores no Rio de Janeiro para alertá-los sobre o decreto de rotulagem e a lei estadual que prevê que bares e restaurantes do Estado do Rio devem informar a seus clientes se usam ingredientes transgênicos nos pratos servidos.

O protesto realizado nesta quarta-feira faz parte da série de atividades que o Greenpeace vem promovendo em diversas cidades do país durante a Semana do Consumidor, para alertar a população brasileira sobre os riscos que os produtos transgênicos representam ao meio ambiente. Além disso, o Greenpeace também está expondo a postura das principais empresas de alimentos do país quanto à informação que disponibilizam à população sobre utilização de transgênicos na fabricação de seus produtos.

Na segunda-feira passada (10/3), ativistas do Greenpeace protestaram na sede da Vigor, em São Paulo, se acorrentando na porta principal da sede da empresa para pressioná-la a informar se usa ou não matéria-prima transgênica. Na terça-feira, voluntários promoveram uma devolução em massa de óleos de soja da Cargill e da Bunge em um supermercado de Salvador (BA), já rotulados como transgênicos.

Guia do Consumidor: o direito à informação e à escolha

Uma das principais ferramentas durante as atividades programadas será o Guia do Consumidor do Greenpeace, que desde 2002 tem ajudado os consumidores brasileiros a se informarem sobre a real composição dos produtos vendidos no país. Mais de 100 empresas de alimentos foram contatadas e questionadas sobre a utilização de ingredientes transgênicos em seus produtos. As empresas que não respondem ou que não fazem controle adequado para evitar a contaminação por matéria-prima geneticamente modificada são listadas no guia impresso.

No site especial de Consumidores é possível consultar a lista completa de empresas que já se comprometeram a não usar transgênicos em sua linha de produção. Há também diversas ferramentas disponíveis para consumidores que queiram evitar os transgênicos: receitas, entrevistas e idéias de atitudes cotidianas para consumir responsavelmente.

 

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