Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

A Justiça do Pará manteve na noite da última segunda-feira, 22 de outubro, a pena de 27 anos de prisão a Rayfran das Neves Sales, acusado de executar a missionária Dorothy Stang, de 73 anos, em fevereiro de 2005. O julgamento foi realizado ontem na 2° Vara Criminal de Belém pelo juiz Raimundo Moisés Alves Flexa.

A Justiça do Pará manteve na noite da última segunda-feira, 22 de outubro, a pena de 27 anos de prisão a Rayfran das Neves Sales, acusado de executar a missionária Dorothy Stang, de 73 anos, em fevereiro de 2005. O julgamento foi realizado ontem na 2° Vara Criminal de Belém pelo juiz Raimundo Moisés Alves Flexa.

Em interrogatório, que durou mais de duas horas, Rayfran assumiu a culpa sozinho pelo crime, livrando das acusações os fazendeiros, possíveis mandantes do crime, Vitalmiro Moura e Regivaldo Galvão, e Amair Cunha, intermediário.

Durante o julgamento, foi exibido um vídeo da reconstituição do assassinado, ocorrido em 2005. É a segunda vez que Rayfran enfrenta júri pelo crime. No primeiro, em dezembro de 2005, ele foi condenado a 27 anos de reclusão. Como a pena excedeu os 20 anos, Rayfran teve direito a novo júri, conforme a legislação penal brasileira.

Confissão

Rayfran disse ao juiz que assassinou a missionária porque ela o teria ameaçado quando ele iria plantar capim no lote 55, em Anapu. Ele afirmou que Dorothy disse que não adiantava ele plantar o capim porque a plantação seria arrancada de qualquer jeito e que, no Programa de Desenvolvimento Sustentável, do qual Dorothy era uma das lideranças, haviam cerca de 100 homens, enquanto que eles eram apenas cerca de seis.

Rayfran também foi interrogado pelos representantes do Ministério Público e por seu próprio advogado. O acusado se negou a responder qualquer pergunta da Promotoria, limitando-se a reconhecer a bolsa usada pela vítima no dia do crime, quando indagado pelo promotor Edson Cardoso.

À defesa, respondeu que, após o crime, se escondeu com Clodoaldo Batista, na fazenda de Vitalmiro Moura, mas disse que o fazendeiro mandou-os embora do lugar assim que soube que eles estavam no local.

Rayfran chegou a acusar algumas pessoas em interrogatórios prestados na fase de inquérito policial. Primeiramente, acusou Chiquinho do PT como mandante do crime. No mesmo dia, em outro interrogatório, isentou Chiquinho do PT e disse que o responsável pela "encomenda" do crime era Amair Cunha. O interrogatório de ontem foi o 13º prestado por Rayfran.

O Caso

Rayfran, que estava em companhia de Clodoaldo, executou a missionária Dorothy Stan com seis tiros, por volta das 7h30 do dia 12 de fevereiro de 2005. O crime teria sido encomendado, por R$ 50 mil, pelos fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura e Regivaldo Pereira Galvão.

Amair Feijoli da Cunha, também acusado de envolvimento no assassinato, na condição de intermediário, foi julgado e condenado a 18 anos de reclusão em abril de 2006. Dos dois fazendeiros, Vitalmiro recebeu pena de 30 anos de reclusão em julgamento realizado em maio deste ano. Já em relação a Regivaldo, o juízo aguarda a apreciação de recursos em Brasília, para definição de realização de júri popular.

Fonte: MST, data: 23/10/2007

 

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