Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Carta entregue pela Via Campesina e demais movimentos e organizações sociais, na manhã de hoje, à Embaixada de Honduras em Brasília


Brasília, Brasil – 29 de junho de 2009 

É com o sentimento de indignação que nós, organizações e movimentos sociais do Brasil abaixo assinados, recebemos a notícia de que o povo hondurenho sofreu um golpe militar a partir do sequestro do seu Presidente Manuel Zelaya na madrugada do último dia 28.

Repudiamos veementemente tal ato, pois atenta contra ao processo democrático em curso naquele país, construído à custa de muitas lutas sociais e populares por trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade que na edificação da democracia Hondurenha tombaram e tiveram suas vidas ceifadas.

A vitória do Presidente Manuel Zelaya é uma conquista de toda uma mobilização social e do fortalecimento dos trabalhadores e trabalhadoras daquele país; além disso, de fortalecimento de um governo que leva em consideração as necessidades sociais do povo.

O povo latino-americano vem assistindo e participando do processo de reconhecimento dos seus direitos, com governos progressistas e que junto com as organizações sociais vem construindo processos internacionais e continental de solidariedade - a exemplo da ALBA.

Em decisão soberana, a população hondurenha iria ratificar através de plebiscito a decisão contra o retorno das oligarquias ditatoriais ao poder. Como resposta a esse processo popular, essas oligarquias golpearam duramente tal processo democrático em curso, tentando imobilizar o povo.  

Esse golpe militar reacende nossa memória sobre as décadas de ditadura iniciada na década de 60 em toda América Latina. É essa memória de lutas e resistência que nos leva a reforçar e apoiar a luta do povo Hondurenho e exigir:

1.    A volta imediata do presidente Manuel Zelaya ao comando do país;

2.    O restabelecimento da ordem constitucional, sem o derramamento de sangue e sem repressão à população de Honduras, que exige o retorno da democracia;

3.    Que seja respeitada a integridade física das lideranças sociais, inclusive a de Rafael Alegría – dirigente internacional da Via Campesina;

4.    Que as autoridades garantam em pleno exercício democrático a consulta popular, como forma de livre expressão;

5.    Uma reunião imediata do Grupo do Rio no Brasil para que se avalie a situação política do país. 

Reafirmamos nossa solidariedade ao povo hondurenho, ao presidente Manuel Zelaya e às organizações e movimentos sociais que levam a cabo, e seguirão levando, as decisões soberanas do povo hondurenho e condenamos veementemente essa ação antidemocrática.

Subscrevem:

 

Fórum Nacional da Reforma Agrária e Justiça no Campo – FNRA

Via Campesina – Brasil

Rede Brasil – Jubileu Sul

Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH

Confederação Nacional dos trabalhadores da agricultura – CONTAG

Movimento dos Trabalhadores rurais sem terra – MST

Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar – FETRAF Brasil

Central Única dos Trabalhadores – CUT

Comissão Pastoral da Terra – CPT

Caritas Brasileira

Movimento das Mulheres Camponesas – MMC

Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA

Movimento Democracia Direta – MDD

Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB

Central dos Movimentos Populares – CMP

Conselho Nacional das Igrejas Cristas – CONIC

Confederação dos Trabalhadores do Serviço Publico Federal – CONDESEF

Pastorais Sociais da CNBB

Movimento Terra, Trabalho e Liberdade – MTL

Associação Brasileira de Reforma Agrária – ABRA

Associação Brasileira de ONG’s – ABONG

Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa – AS-PTA

Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior – ANDES – SN

Centro de Justiça Global

Coordenadoria Ecumênica de Serviço - CESE

Conselho Indigenista Missionário – CIMI

Confederação Nacional das Associações dos Servidores do INCRA – CNASI

Departamento de Estudos Socioeconômicos Rurais – DESER

ESPLAR Centro de Pesquisa e Assessoria

Federação de Órgãos para Assistência Social e Organizacional – FASE

Federação Nacional dos Trabalhadores da Assistência Técnica e do Setor Publico Agrícola do Brasil – FAZER

Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil – FEAB

FIAN – Brasil

FISENGE

Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE

Instituto Brasileiro de Desenvolvimento – IBRADES

Instituto de Desenvolvimento e Ação Comunitária – IDACO

IECLB

IFAS

Instituto de Estudos Socioeconômicos – INESC

Movimento de Libertação dos Sem Terra – MLST

Pastoral da Juventude Rural – PJR

Rede Social de Justiça e Direitos Humanos

RENAP

Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário – SINPAF

Terra de Direitos

Empório do Cerrado

Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB

Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos – ABRANDH

Associação Brasileira de Estudantes de Engenharia Florestal – ABEEF

Comissão de Justiça e Paz

Grito dos Excluídos

Mutirão Nacional pela Superação da Miséria e da Fome

 

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