A Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas em 2012 tem como objetivo denunciar o capital estrangeiro na agricultura, as empresas transnacionais e os projetos governamentais que fortalecem a chegada do agronegócio no campo. Ao longo de toda a semana em que se comemora o dia internacional de luta das mulheres, serão realizadas atividades de formação e de mobilização, em Pernambuco e em todo o país, para chamar a atenção da sociedade sobre a destruição do meio ambiente e as ameaças à soberania alimentar do país, impostas pelo agronegócio. A jornada pretende também mostrar à sociedade que estas mulheres lutadoras estão, cotidianamente, construindo um modelo de agricultura que preserva o meio ambiente e produz alimentos saudáveis para toda a população brasileira.
Celebrar o "8 de março" é relembrar a luta das operárias em Nova York (EUA) que, em 1857, ao decidirem se rebelar por igualdade de gênero e por melhores condições de vida e trabalho, tiveram suas vidas e corpos incendiados pelo Patrão. É relembrar o sofrimento e a realidade de violência, exploração e opressão imposta pelo sistema perverso do capital. Nesta dura rotina, milhares de mulheres são exploradas, violentadas, ameaçadas, assassinadas, no campo e na cidade. São submetidas à imposição de um padrão de comportamento e de beleza que as transformam em mulheres objetos. E mesmo que existam avanços em mecanismos legais, a estrutura do Estado foi historicamente constituída para ser conivente com as ações que extinguem a vida daquelas que tecem a vida.
Celebrar o “8 de março” é não esquecer as milhares de Marias espalhada pelo Brasil. Maria das Dores, Maria das Graças, Maria de Nazareth, Maria Alzira. É não esquecer das Margaridas, das Dorothys Stangs e de tantas outras. É não esquecer da luta cotidiana das mulheres camponesas sem terra, quilombolas, pescadoras, ribeirinhas, trabalhadoras da cana, quebradeiras de coco, das camponesas que constroem experiências no semi-árido e que resistem cotidianamente, cultivando vidas e sonhos.
Para homenagear a luta destas mulheres, a Comissão Pastoral da Terra – Regional NE II, ao longo deste mês de março, compartilha a experiência de algumas destas camponesas. Símbolos de resistência de milhões de outras mulheres, que junto com os homens, lutam por Reforma Agrária e por soberania alimentar. Lutam por um país em que todas e todos tenham o direito à vida na Pachamama, a “Boa Mãe da Terra".
Setor de Comunicação da CPT NE II