Um grupo de cerca de cem funcionários da usina Albertina impediu ontem a retirada de 190 mil sacas de açúcar do estoque da empresa que estavam embargadas na Justiça pela Crecera Finance Company, quarta maior credora da usina e com R$ 15 milhões a receber.
Segundo José da Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação de Sertãozinho e Região, a classe considera que o estoque só deve ser usado para o pagamento dos funcionários e não de grandes credores.
"Os trabalhadores devem vir em primeiro lugar, uma vez que são a parte mais fraca. Além disso, foram eles que produziram aquele açúcar", disse.
A usina se manifestou contrária à decisão da juíza Rebeca Batista Mazzo, da 2ª Vara Cível de Sertãozinho, uma vez que elabora plano de recuperação judicial para dar posição aos credores. Em nota, disse que vai respeitar a decisão, "mas apresentará recurso, uma vez que a decisão não é definitiva".
Cerca de 340 mil sacas estão embargadas, o equivalente a R$ 18 milhões, que seria suficiente para pagar os aproximadamente 1.600 funcionários, sem receber desde dezembro.
A Albertina disse que os trabalhadores, parados desde dezembro, voltam à ativa em 4 de maio. O sindicato duvida e considera a decisão tardia. "Serão necessários 45 dias só para a manutenção. Além disso, eles já prometeram várias datas."
O prefeito Nério Costa (PPS) disse que a volta ao trabalho e a consequente volta dos salários vão tirar os funcionários, maioria moradora do distrito de Cruz das Posses, do "sufoco".
Funcionários impedem saída de açúcar da Albertina
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- Categoria: Código Florestal