Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

O Brasil é uns dos poucos países do mundo que não realizou a reforma agrária. E investir no limite da propriedade da terra, é o mesmo que garantir a soberania alimentar e territorial

Na manhã desta quarta-feira (07.07) cerca de 70 representantes da sociedade civil se reuniram no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas, no Centro de Maceió para discutir a importância do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra. Essa foi a primeira plenária popular que fortalecerá a mobilização nacional e que se estenderá até setembro em vários municípios alagoanos.

A atividade teve início com explanações e análises reflexivas realizadas por professores universitários experientes. Primeiro, foi o sociólogo Sávio de Almeida que abordou a “Questão Agrária em Alagoas e a implicação do limite da propriedade da terra”, em seguida, ocorreu o assessoramento do historiador Cícero Albuquerque que discutiu sobre a “Realização do plebiscito popular e suas consequências”.

O professor Sávio de Almeida desenvolveu uma aula de História e ressaltou que a questão da terra é uma discussão inacabada neste país, também, destacou que a organização dos movimentos rurais é o melhor sinal de avanço político em Alagoas. De acordo com Cícero Albuquerque, o Brasil é marcado pela luta da terra contra o latifúndio e a monocultura que imperam até hoje, enquanto isso, cerca de 4 milhões de famílias são sem-terra. “O Plebiscito nos permite discutir a estrutura fundiária e o modelo de sociedade que vivemos. E estamos no momento favorável para isso, inclusive, precisamos rediscutir a democracia que vivemos, onde na verdade afasta a sociedade na discussão dos pontos centrais e cria-se a ilusão que tudo é resolvido na eleição”, afirmou.

Após as explanações, foi iniciado o debate e propostas de encaminhamentos. Dentre as sugestões que se destacaram, estiveram: executar uma sessão pública na Assembleia Legislativa de Alagoas que terá uma repercussão maior por meio da TV Assembleia; mobilizar professores e educadores populares para ajudar no esclarecimento da sociedade; produzir um spot (nota informativa) para ser distribuído nas rádios comunitárias; exibir o documentário em espaços públicos, etc.

Na ocasião, stiveram presentes trabalhadores rurais, técnicos agrícolas e coordenadores da Comissão Pastoral da Terra e lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento Terra e Liberdade (MTL), Movimento de Mulheres Camponesas e Pescadoras. Também participaram representantes da Central Única dos Trabalhadores, Sindicato dos Urbanitários, Bancários, Sindfunesa, Sindpol, Sinteal, Sindprev; Rede de Educação Cidadã (Recid), Conselho Municipal de Educação, Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Abraço, Diretório Central dos Estudantes (DCE); Partido dos Trabalhadores (PT-AL), Deputado Estadual Judson Cabral, Delegado Pinto de Luna, além do coordenador das pastorais sociais, Padre Rogério Madeiro e integrantes da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), do Idoso, Afro, Carcerária e Conselho dos Leigos.

Campanha

A Campanha Nacional foi criada em 2000, é uma iniciativa do Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo (FNRA) e busca a inclusão de um novo inciso na Constituição Federal, que limitará o tamanho das propriedades rurais. Também conta com a importante parceria do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) que escolheu como um gesto concreto da Campanha da Fraternidade 2010 a realização do Plebiscito Popular.

As discussões foram enriquecedoras e serão estendidas para os outros municípios com lideranças de vários segmentos até o início de agosto, também acontecerão palestras, atos públicos e a arrecadação das assinaturas. Inclusive, a temática será ampliada em todo o país durante o Grito dos Excluídos, onde em Alagoas está programado para acontecer no próximo dia 07 de setembro em uma das cidades atingidas pelas enchentes.

A expectativa é conseguir 200 mil votantes no Plebiscito e serão levadas urnas para Universidades, paróquias, espaços culturais, sindicatos, centros comunitários, escolas, etc. Atualmente, a Coordenação Estadual é formada pela CPT, MST, CUT, Recid, mas encontra-se aberta para agregar outros colaboradores.

Outras informaçãoes:  www.limitedaterra.org.br.
Por: Helciane Angélica – Jornalista/CPT-AL

 

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