Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

O pai do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz é um dos financiadores de sua campanha para deputado federal pelo PFL da Bahia.

Até aí, nada demais, tudo em família, não fosse o fato de João José de Oliveira estar entre os 185 empregadores que fazem parte da chamada "lista suja" do trabalho escravo, divulgada a cada seis meses pelo Ministério do Trabalho (MTE).

Doutor em medicina veterinária por uma universidade da Alemanha, o ministro do TCU disse ao Congresso em Foco nunca ter ido à fazenda de criação de gado do pai e que "não teve conhecimento de qualquer problema apontado" pelo grupo móvel de combate ao trabalho escravo do MTE.

Em nota enviada ao site por meio de sua assessoria de imprensa, Cedraz alega que a doação foi "feita de forma transparente, em jantar de apoio à sua campanha, que contou, inclusive, com a presença de fiscais da Justiça Eleitoral". Uma resposta que muito difere da posição manifestada pela mesma assessoria do ministro há duas semanas, quando publicamos a relação dos candidatos que receberam dinheiro de doadores incluídos na lista suja.

Na ocasição, Cedraz informou que desconhecia a doação de João José de Oliveira, ex-proprietário da Fazenda São José, em Buriticupu (MA), à sua campanha eleitoral em 2006. Confrontada com a informação de que o CPF do fazendeiro constava da lista de doadores na prestação de contas de Cedraz, a assessoria do ministro classificou como "inodora" a doação, por ser de "apenas R$ 1 mil".

De acordo com os fiscais trabalhistas, a fazenda de João José mantinha 34 trabalhadores em condições análogas à de escravo em 2001, quando foi autuada. Durante uma fiscalização, entre 8 e 22 maio daquele ano, os fiscais constataram uma série de irregularidades. Entre elas, a de que os funcionários dormiam no curral da fazenda, juntamente com o próprio gado.

Do site Congresso em Foco

 

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