Mulheres camponesas da comunidade Água Branca, no município de Aliança, Mata Norte de Pernambuco, estão organizadas para ampliar o cultivo de plantas medicinais em seus quintais. Associada à prática que muitas delas já possuem de cultivar diversas espécies de plantas medicinais, vem também a formação.
Setor de comunicação da CPT NE2
Imagens: Equipe Mata Norte/PE
Nas últimas semanas, elas participaram de uma oficina sobre o tema. O encontro teve início com um momento místico de partilha e espiritualidade, seguido de uma visita à horta medicinal de uma das camponesas da comunidade. A partir da observação e da troca de experiências, foi realizada uma roda de conversa sobre os usos e os benefícios das diversas plantas que elas já possuem em seus quintais. Na parte prática, foram preparadas composições com chás de camomila, capim santo, erva-cidreira e hortelã.
Esses chás são tradicionalmente usados para aliviar o estresse e ansiedade, melhorar o sono e auxiliar na digestão. A camomila tem efeito calmante e ajuda a combater a insônia; o capim-santo e a erva-cidreira, além de calmantes, também têm ação digestiva; já a hortelã é refrescante, alivia cólicas e facilita a digestão. Além disso, teve também muito conhecimento e estudo sobre diversas outras plantas e suas propriedades curativas. Em tempos de avanço do agronegócio e da medicalização da vida, fortalecer o uso doméstico das plantas medicinais no campo é um ato de resistência, cuidado coletivo e valorização da sabedoria camponesa.