Comissão Pastoral da Terra Nordeste II


Sementes crioulas de mulheres do Sertão Central e Sertão do Pajeú. Foto: Kátia Patriota

A última das oficinas aconteceu ontem (25), no Polo Sindical do Agreste Meridional, em Garanhuns. “Estamos aqui para nos acolher, nos organizar, nos solidarizar e para assumir que somos feministas pela vida, por direitos e contra as violências”, lembrou a diretora de Política para Mulheres, Adriana do Nascimento.





O fortalecimento da identidade e da organização sindical das mulheres para potencializar a agroecologia, o ecofeminismo e o sindicalismo rural foram os principais objetivos dos encontros. A ação também dá apoio as práticas e experiências agroecológicas nos territórios de Pernambuco. “As oficinas foram muito significativas, por que nos fez reconectarmos com a nossa ancestralidade, nos fazendo perceber que a organização e a formação das mulheres passa pelo sindicalismo e a agroecologia. Somos guardiãs das sementes e das nossas histórias de vida e de luta”, disse a diretora de Organização e Formação, Jenusi Marques.



As oficinas também fortalecem as Comissões de Mulheres dos Polos para uma atuação mais integrada com o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR), com o movimento de mulheres e o Agroecológico. “Nós mulheres, agricultoras, lideranças sindicais, defendemos a agroecologia como um projeto de vida e também de luta política e social. Nesta construção coletiva defendemos uma sociedade que priorize a inclusão, a partilha. E por isso, priorizamos realizar esse ciclo de oficinas em que discutimos essas questões tão importantes para o fortalecimento das ações do MSTTR-PE”, declarou a presidenta Cícera Nunes.



O diretor de Política Agrícola, Adimilson Nunis, participou de todas as oficinas. No Polo Agreste Meridional comentou sobre os desafios do território. “Levantar a bandeira da  agroecologia num território impactado pela energia éolica, mineração, desmatamento é possível. Pois visualizamos na prática, experiências importantes: bancos de sementes, feiras, cisternas, quintais produtivos, organização da juventude, fortalecimento dos movimentos, articulação em rede, ocupação da redes sociais, comunicação popular…”

Experiências que cuidam do meio ambiente – A agroecologia presente nas práticas social, sindical, familiar e educativa foram apresentadas durante os encontros. “Quando a terra é bem cuidada ela nos dá o que precisamos para viver e cuidarmos da saúde”, pontuou a agricultora do Sindicato de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Bom Conselho, Claudenice.



De cada sítio e comunidade rural uma amostra das riquezas produzidas sem agrotóxicos. Do sítio Malemba, na área rural de Vertente do Lério, Ana Cláudia trouxe as polpas e dudus gourmets feitos a partir do sistema de beneficiamento de frutas como a manga, goiaba, acerola e outras. “Toda quarta estou na feira de Surubim vendendo a produção e gerando minha renda para se manter no campo”, revelou a agricultora.



A ação ocorreu de forma integrada com as diretorias de Mulheres, de Organização e Formação, Agrícola e Meio Ambiente da Fetape e com apoio da Escola Nacional de Formação da Contag (ENFOC). Foram firmados compromissos com a construção da agroecologia nos territórios. A expectativa, agora, é de que seja elaborado uma publicação que servirá de material pedagógico para uso das mulheres em suas bases. Em 2022, também está programado um encontro estadual.

 

Fonte: FETAPE

Fotos: Luiz Filho/Assessoria Polo Agreste Meridional, Kátia Patriota/Assessoria Polo Sertão do Pajeú e Assessoria de Comunicação da Fetape

 

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