Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

A Comissão Pastoral da Terra denunciou nesta quarta-feira, dia 29 ao Ministério Público de Pernambuco mais uma situação de ameaça de morte no campo. A trabalhadora Manuela Maria Águida de Queiroz, sitiante do Engenho Vista Alegre, localizado em palmares/PE vem sofrendo sistematicamente perseguições e ameaças por parte do proprietário do Engenho e de seu irmão, José Artur Dias.

 

O Conflito - O Engenho Vista Alegre onde mora a família de Dona Manuela, é comporto por 24 famílias de sitiantes vivem no local há mais de 50 anos. A maioria das famílias trabalham ou já trabalharam para o proprietário do Engenho e de acordo com relato dos moradores, são inúmeros os casos de violações de direitos trabalhistas protagonizadas pelo proprietário ao longo do tempo. Em 2010, as famílias, com o apoio da Comissão Pastoral da Terra, solicitaram ao Incra a vistoria do imóvel. Em 2011, com o objetivo de fortalecer a organização e o enfrentamento às constantes violações de direitos, a comunidade fundou a Associação dos Moradores do Engenho. Desde então, afirma a trabalhadora, o proprietário do Engenho “vem forçando o cancelamento da Associação”.

 

As ameaças à trabalhadora se intensificaram quando sua família colocou o proprietário do Engenho na Justiça por questões trabalhistas. “A partir do momento que você trabalha pro Senhor de Engenho, você não tem direito a nada, então quando ganhamos na Justiça nossos direitos, escutei que deveria sair do Engenho se não levaria dois tiros na cara”, relatou a trabalhadora. Desde então, "pessoas conhecidas do Proprietário dizem para eu tomar cuidado, e durante toda essa semana, homens desconhecidos estão rondando e vigiando a minha casa para amedrontar e intimidar minha família. Durante todo o dia e também de madrugada. Já não conseguimos mais dormir com medo do que pode acontecer a qualquer momento”. 

 

O caso já foi registrado em Boletim de Ocorrência na Delegacia de Palmares e também já foi encaminhado à Secretaria da mulher do estado de Pernambuco e à Secretaria de Defesa Social. A CPT espera que os órgãos competentes tomem medidas emergenciais e concretas para garantir a proteção da família ameaçada e cobra  punição dos responsáveis pelas ameaças.

Outras informações:

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Geovani Leão – Equipe Mata Sul

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