CPT e feirantes enfrentam o desafio de manter a realização da feira de alimentos sadios diante da pandemia
A Feira Camponesa Itinerante realizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) retorna nesta quinta e sexta, 03 e 04 de junho, ao Conjunto José Tenório, bairro da Serraria. Ela tem sido uma das alternativas das famílias camponesas para escoar a produção agroecológica diante da pandemia da Covid-19.
Uma diversidade de alimentos direto da roça são comercializados pelos feirantes na praça Santa Terezinha, das 6h às 20h, durante dois dias.
Desde que foi liberada pelo governo estadual, a Feira Camponesa Itinerante passou a acontecer com todos os cuidados necessários de enfrentamento ao novo coronavírus.
Na entrada, termômetro, álcool 70 e um banner com as orientações preventivas, além da simpatia para melhor atender o público fiel. Todas e todos feirantes de máscara personalizada e alguns com face child. O local, isolado com fitas de sinalização ao redor das bancas e uma tenda antes do acesso. Há ainda, a rádio poste Caminho da Roça, que traz informações em áudio sobre os cuidados necessários e referentes à luta pela terra, contra a exploração e as opressões. Assim é a o “novo normal” da Feira Camponesa!
Tal organização é conhecida e reconhecida pelo público como marca do projeto Feira Camponesa, que ultrapassou 15 anos, sendo mais de uma década com a versão itinerante.
O servidor público e morador do bairro Serraria, Douglas Medeiros, é frequentador da feira e reconhece sua importância: “Eu acho que a feira é importante por conta do apoio à agricultura familiar e também por conta dos produtos que são orgânicos, diferente dos produtos dos supermercados, e além disso, movimenta o comércio local do bairro. Sempre que eu posso ou quando eles anunciam eu venho aqui, faço as compras, sempre o básico: frutas, verduras e legumes. O bom daqui também é que está bastante seguro. O pessoal usando máscara, álcool em gel. A gente é super bem atendido. Então, está super bem protegido com relação ao combate ao coronavírus”.
A feira da CPT estava acontecendo, em média, a cada dois meses, passando por até três bairros, mas como o apoio governamental se limitou com a chegada da pandemia no ano passado, a organização do campo encarou o desafio de aumentar a frequência das realizações através de um esforço coletivo com as famílias camponesas. Cada edição conta com uma média de 20 barracas e comercializa de 10 a 15 toneladas de alimentos.
Diante da pandemia, a CPT Alagoas também iniciou o projeto Cesta Camponesa que, assim como a Feira, pretende eliminar a figura do atravessador, levando os produtos da roça direto para as mesas da população urbana. A diferença é que evita que as pessoas saiam de casa em tempos de Covid-19 e objetiva abrir um novo caminho para o escoamento da produção das comunidades. A Cesta Camponesa é o novo desafio da CPT em Alagoas que, de forma embrionária, já tem contribuído para a doação de alimentos a quem mais precisa.
Lara Tapety - Ascom CPT/AL