Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Os integrantes do Movimento Libertação dos Sem Terra (MLST), Trabalhadores Sem Terra (MST), de Luta Pela Terra (MLT) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) deixaram o estacionamento do Parque Shopping Maceió e saíram em direção à Praça Sinimbú, no Centro de Maceió.

Eles estavam ocupando a entrada do novo empreendimento desde as 9h desta quinta-feira (7). À tarde, segundo as lideranças dos movimentos, eles terão uma reunião com o governo estadual para tratar da reforma agrária em três assentamentos em Alagoas. 

Marcha e ocupação

Os integrantes do Movimento Libertação dos Sem Terra (MLST), Trabalhadores Sem Terra (MST), de Luta Pela Terra (MLT) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) saíram em caminhada no início da manhã de hoje em direção ao Palácio República dos Palmares para tentar uma reunião e debater a reforma a agrária com o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB).

Instalados na sede da Eletrobras Distribuição Alagoas, na Gruta de Lourdes, os trabalhadores decidiram mudar o itinerário e ao invés de descer pela Avenida Fernandes Lima, uma das mais movimentadas da capital alagoana, eles desviaram pela Avenida Rotary em direção ao bairro do Jacintinho.

Por volta das 9h, os integrantes dos movimentos decidiram ocupar os jardins do shopping Parque Maceió, localizado no bairro de Jacarecica. O ponto comercial tem inauguração prevista para as 11h desta quinta-feira. Na noite de ontem, um coquetel reuniu autoridades e imprensa para o lançamento do empreendimento.

Lideranças dos trabalhadores avisaram que a partir do momento em que o novo shopping abrir suas portas, os integrantes também vão entrar.

“Será uma forma de protesto até que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária [Incra] se posicione quanto à questão da reforma agrária. Nossa pauta está sendo cumprida. Muito dinheiro do governo federal foi investido na construção deste empreendimento, enquanto que nós lutamos por terras”, declarou José Roberto Silva, do Movimento Sem Terra.

A reportagem do portal Tribuna Hoje conversou ainda com Djalma Pedro dos Santos, coordenador estadual do MLST. Ele relatou que o protesto é pacífico e não tem a intenção de prejudicar a população de Maceió, entretanto, eles devem esperar um representante do governo federal ir até a Avenida Gustavo Paiva para atender as reivindicações dos movimentos.

A partir das 15h, os integrantes devem ser reunir com uma equipe do governo estadual. A assessoria do Parque Shopping Maceió declarou à reportagem do TH que o horário de abertura está mantido para as 11h e que não irá emitir opnião sobre o movimento que está em frente ao empreendimento. Barreiras policiais foram montadas na entrada do shopping e o trânsito no local é lento.

Convidados

Em entrevista à imprensa, o coordenador estadual da Comissão da Pastoral da Terra, Carlos Lima, disse que os trabalhadores vão entrar no shopping porque a direção do empreendimento fez o convite a todas as pessoas.

“Nós fomos convidados e iremos entrar. O shopping fez o convite à população para conhecer as instalações e assim nós faremos. Nós contribuímos e também somos consumidores. Nada mais justo que entrar neste novo shopping em Maceió”, reiterou Carlos Lima.

Em relação aos danos causados ao Centro de Ciências Agrárias (Ceca), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em Satuba, onde amostras de cana-de-açúcar e estufas foram destruídas, o representante da CPT argumentou que não houve destruição e sim “alguns baldes e três vidraças” foram danificadas.

“Não houve esse estardalhaço como estão propagando. Quero dizer que o reitor da Ufal, o professor Eurico Lôbo, nos deu todo o apoio para que os trabalhadores ficassem instalados por lá. Somente hoje [quinta-feira], vi fotos do ocorrido”, disse Carlos Lima.

Por fim, a CPT garantiu que o centro de pesquisa da Ufal deve ser utilizado em benefício do trabalhador e não dos mandatários e políticos que estão no poder em Alagoas.

Democrático

A reportagem do portal Tribuna Hoje conseguiu manter contato com o superintendente do Parque Shopping Maceió, Wilton Oliveira, por telefone. Ele afirmou que os trabalhadores dos movimentos podem entrar no empreendimento, no entanto, não será permitido que eles utilizem armas dentro do local.

De acordo com o superintendente, a Polícia Militar está no local dando todo o apoio para que não aconteça qualquer tipo de problema.

 

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