Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Roberto Malvezzi (Gogó)*

Primeiro de Abril é o dia da mentira, agora da mentira nacional. Vários movimentos sociais aproveitam o dia para esticar o nariz de Lula, Ciro Gomes e Geddel Vieira Lima, denunciando as “mentiras da transposição e a verdade do povo”. Outros movimentos, embalados pela proposta, trazem outras mentiras, devidamente ocultadas, como a da reforma previdenciária.

Talvez pudéssemos colocar também essa feita às surdinas pelo presidente da República que é a ampliação da área desmatável da Amazônia para 1.500 hectares. Haverá mobilizações em vários cantos do país e assim se deslancha o Abril Vermelho e o Maio de protestos com tantas movimentações previstas.

Mas não é só de denúncias e mobilizações que passam a viver os movimentos sociais. Na esteira do gesto de Frei Luís, dia 1 é um dia de jejum nacional. Claro, muita gente nem vai saber, mas aqueles que jejuarem, estarão fazendo-o em prol de um país mais verdadeiro, cobrando de si mesmos atitudes mais coerentes e cobrando espessura moral dos nossos governantes. Certas realidades, certos demônios, como já dizia Jesus de Nazaré “só com muito jejum e oração”. Ghandi também entendeu dessa forma para libertar a Índia da dominação inglesa. Desmond Tutu e Mandela também entenderam assim para libertar a África do Sul da opressão do apartheid. Luther King também assim entendeu, e assim procedeu, para libertar os negros americanos do apartheid racial daquele país.

Portanto, jejum é uma arma das religiões, mas também foi transformado numa arma política. Quando essas duas dimensões se juntam, surge uma nova força moral, aquela que busca a verdade dos fatos, a verdade do povo, contra as mentiras daqueles que delas se beneficiam. Talvez seja impossível mudar os parâmetros sociais, políticos, ambientais e éticos do Brasil sem que esse instrumento do jejum se transforme numa poderosa força política. O jejum sempre foi a maior arma dos grandes pacifistas. Quem sabe amanhã, 1º de Abril, “dia da mentira nacional e da verdade do povo”, estejamos dando um salto de qualidade na luta nacional por um país justo. Seja você também um desses.

*Da Comissão Pastoral da Terra

 

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