Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

O ministro Roberto Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) levou hoje para Santarém (PA) a discussão sobre o desenvolvimento sustentável da Amazônia, em uma reunião com 16 entidades locais --entre elas a prefeitura, a Universidade Federal do Pará e associações comunitárias. A idéia de transportar água da bacia amazônica para a região do semi-árido, sugerida por Unger, não foi bem aceita.

Para a prefeita de Santarém, Maria do Carmo Lima (PT), as propostas levantadas pelo ministro já haviam sido debatidas anteriormente.

"O que tem de novo na vinda do ministro é que ele quer que a sociedade amazônica possa se reunir para colocar em prática o que já foi amplamente debatido, que é o Plano da Amazônia Sustentável", disse a prefeita.

Segundo Lima, o ministro colocou para discussão assuntos como como pôr em prática o projeto de desenvolvimento econômico sustentável na região e qual será o modelo de utilização econômica das áreas de floresta e das áreas já degradadas.

Como resposta, o ministro ouviu que não é possível falar em desenvolvimento sem a prévia regularização fundiária da região, segundo a prefeita.

"É difícil implementar um projeto de desenvolvimento econômico porque não temos regularização fundiária", disse.

O ministro também ouviu pedidos de investimentos em infra-estrutura, como a construção de estradas --a BR-163 entre Cuiabá e Santarém.

A idéia de transportar água da bacia amazônica para a região do semi-árido, sugerida por Unger, não foi bem aceita. "Antes é necessário que se cuide bem da água da Amazônia para o povo amazônia. Vivemos às margens dos maiores rios do mundo e não temos água encanada dentro de casa", disse Lima.

Representantes do empresariado do Pará, com quem o ministro esteve reunido ontem, em Belém, viram de forma positiva o encontro com Unger.

"A Amazônia passa ser incluída e ser prioritária dentro do contexto nacional, dentro do planejamento das políticas públicas, me parece ser um avanço", disse o economista José Egypto, que representou a Fiepa (Federação das Indústrias do Pará) e a Federação das Câmara dos Dirigentes Lojistas do Estado.

Para Jane Silva, da coordenação da CPT (Comissão Pastoral da Terra) no Pará, que não participou dos encontros, algumas das idéias para o desenvolvimento da Amazônia apresentadas não são novas --já foram propostas e discutidas anteriormente, e não foram implementadas na prática.

Segundo ela, a CPT vê com preocupação a entrada de um novo personagem --o ministro-- na discussão. "Parece que se voltou a discutir o mesmo assunto, agora em torno de uma nova pessoa, sendo que as idéias não se concretizam", disse.

Fonte: Folha Online.

 

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