Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

 

Mobilizações deste 7 de setembro realizada por movimentos e organizações populares questionam a comemoração dos 200 anos de (in)dependência e demonstram a resistência no campo popular

Em sua 28ª edição, o tradicional Grito dos Excluídos e das Excluídas traz a mobilização popular com o seguinte questionamento: independência pra quem?“. A partir deste lema, milhares de pessoas foram às ruas em diversas cidades pelo país para se contrapor ao projeto de fome e aos eventos festivos de independência. Em um Brasil onde mais de 60 milhões de pessoas vivem em insegurança alimentar, o campo popular grita: “Vida em primeiro lugar”.

Por Fernanda Alcântara / Da Página do MST

Em sua 28ª edição, o tradicional Grito dos Excluídos e das Excluídas traz a mobilização popular com o seguinte questionamento: independência pra quem?“. A partir deste lema, milhares de pessoas foram às ruas em diversas cidades pelo país para se contrapor ao projeto de fome e aos eventos festivos de independência. Em um Brasil onde mais de 60 milhões de pessoas vivem em insegurança alimentar, o campo popular grita: “Vida em primeiro lugar”.

Organizado por diversas entidades sociais, religiosas e movimentos de trabalhadores, o Grito dos/as Excluídos/as traz reivindicações a respeito de direitos mais básicos, como moradia, trabalho digno e alimentação. Como faz anualmente, MST esteve presente com sua militância em diversas cidades do Brasil. “Não vamos aguentar golpismo no nosso país. Estamos aqui nesta ação de solidariedade com quem passa fome, para poder dizer que um país livre e soberano é um país que alimenta seu povo”, afirmou Kelli Mafort.

Desde 1995, a manifestação faz do 7 de setembro uma data de luta, exatamente pelo avesso do orgulho nacionalista que a versão militar e institucional busca emplacar. A ideia de fazer um contraponto ao “Grito do Ipiranga” surgiu há 28 anos durante 2ª Semana Social Brasileira, evento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cujo lema era “a fraternidade e os excluídos”.  

Mafort trouxe a importância de reverberar a voz dos que não foram incorporados a esse Brasil considerado independente. “200 anos de independência devem necessariamente fazer a gente refletir sobre o quanto a independência não rompeu com o trabalho escravo, não rompeu com o latifúndio, e por isso temos essa desigualdade social neste país”.

Hoje 33,1 milhões de pessoas passam fome no Brasil, ou seja, não tem o que comer e mais da metade da população está submetida a algum tipo de insegurança alimentar, os dados são da Rede Penssan. Por isso, o 28º Grito dos/as Excluídos/as agregou também a Campanha Eu Voto Contra a Fome e Sede, que já havia realizado ações de solidariedade em todo o país no último sábado.

 

 

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