Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Os peixes estão desaparecendo do Rio São Francisco, o segundo maior do Brasil. A denúncia está numa carta divulgada por trabalhadores do setor de pesca logo após a conclusão, no último dia 18 de junho, do I Encontro de Pescadores e Pescadoras da Bacia do São Francisco, realizado na cidade de Salvador, capital do Estado da Bahia. No documento, os pescadores apontam o modelo de desenvolvimento capitalista como o principal responsável pelo sumiço dos peixes. " A devastação humana e ambiental segue desenfreada, a serviço da acumulação mundial de capital, a despeito de avanços do ambientalismo e da legislação ambiental", diz a carta. De acordo com os pescadores, mais de 100 toneladas de peixe já morreram apenas no trecho que fica no município de Três Marias, Estado do Minas Gerais, em conseqüência da contaminação por produtos tóxicos lançados pelo processamento de zinco da Votorantim Metais. Os pescadores também criticam a construção de barragens, os projetos de fruticultura irrigada, que contribuem, segundo eles, para o agravamento do problema. " Em pouco mais de 60 anos o São Francisco, de exuberante fonte de vida tornou-se um rio condenado. E com ele, o povo que dele depende para viver", alertam. Para os trabalhadores, a pesca artesanal deixou de ter importância para os políticos, planejadores e agentes do desenvolvimento. Na carta há crítica a postura do governo brasileiro: " no Brasil, ao contrário de outros países, não há uma política para a pesca artesanal, apenas programas compensatórios e integracionistas ao modelo de produção industrial e mercantil". O Rio São Francisco corta cinco estados: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. O documento divulgado após o encontro dos pescadores inclui uma série de reivindicações para barrar o processo de degradação do rio. Entra elas, a suspensão dos projetos de novas barragens e do projeto de transposição de águas, o desenvolvimento de um pr

 

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