Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

O novo superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) da Paraíba, ex-deputado Frei Anastácio, afirmou ontem de manhã, durante sua posse no cargo, que não pretende renunciar a presidência do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores. Ele admitiu, inclusive, trabalhar pela reeleição no comando do partido no Estado. "Sou do PT, não vou me afastar do diretório do partido e sou candidato à reeleição. Continuo dialogando com as instâncias da diretoria do PT ", ressaltou. A posse de Frei Anastácio no cargo federal aconteceu no auditório do Sebrae, no Bairro dos Estados, e contou com a presença de servidores do órgão, do secretário de Articulação Política do Município, Jorge Camilo, representando o prefeito Ricardo Coutinho, secretário de Agricultura do Estado, Francisco Quintans, representando o governador Cássio Cunha Lima, parlamentares, dirigentes do PT, representantes da Funasa, Caixa Econômica Federal, Polícia Federal, da Federação dos Agricultores do Estado, além de representantes do Movimento do Sem Terra da Paraíba e da Pastoral da Terra. Anastácio afirmou que vai estabelecer no Estado, como novo presidente do Incra, a política agrícola e de reforma agrária definida pelo Governo Lula. Ele assegurou que vai, com a ajuda de toda equipe do órgão, desenvolver um trabalho eficaz para atender, na medida do possível, os mais de 80 acampamentos e 229 assentamentos espalhados pelo Estado. "Tenho uma trajetória política agrária de 30 anos. Hoje a situação política é diferente porque temos um Governo que dialoga com os agricultores e vou tentar intermediar a discussão com o Governo Federal sobre a greve dos servidores do Incra", frisou. O novo superintendente do Incra observou, em seu discurso de posse, que para melhorar a qualidade dos assentados na Paraíba estará encaminhado os processos de vistorias, parcelamento, investimentos, construção de boas moradias, escolas, estradas e de pontes nos assentamentos, bem como para implantar uma estrutura de saneamento e para escoamento de produção. Ainda em seu discurso, Anastácio disse que quer realizar uma gestão com a participação de todos os servidores que ele classificou, na ocasião, como o maior patrimônio do órgão. Ele ressaltou que pretende também desenvolver a política agrária do governo federal dentro de um trabalho de parceria com a Caixa Econômica Federal, Funasa, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, além de outras instituições. O presidente estadual do PT comentou que, na gerencia do órgão, se sente muito a vontade e lembrou da sua trajetória nos movimentos contra o governo, fazendeiros e o próprio Incra na busca de dias melhores para os trabalhadores. Anastácio deixou claro, no entanto, que assume o cargo como funcionário do governo federal e por isso terá a preocupação de implementar as ações na área agrícola do Governo Lula na Paraíba. SAIBA MAIS Para Tânia Maria de Sousa, coordenadora da Comissão Pastoral da Terra, ter Frei Anastácio a frente da superintendência do Incra-PB representa expectativa de compromisso e responsabilidade para com os agricultores. "Queremos que a Reforma Agrária, a descentralização do latifúndio seja realizada. ". Abertura de diálogo entre os movimentos Dirigentes do PT e integrantes de movimentos ligados aos sem-terra falaram sobre a importância de Frei Anastácio ter sido empossado como novo superintendente do Incra. O vereador petista Benilton Lucena, líder do governo na Câmara, destacou que Anastácio é uma pessoa experiente e competente nessa função. "É um gestor que tem conhecimento de causa", acrescentou Benilton. O secretário de organização do PT, Jackson Macedo, disse, na ocasião, que não há problema nenhum em Frei Anastácio assumir um cargo na esfera federal e continuar como presidente estadual do partido. Jackson reafirmou que defende a tese de que o presidente da legenda não pode ocupar cargo no mesmo nível da esfera municipal, estadual e federal. A coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), Dilei Aparecida, entende que a escolha de Anastácio para a função foi muito importante e deve, com certeza, abrir o diálogo entre a instituição e os movimentos sociais. "Não podemos ignorar a luta e ousadia de Anastácio na luta pela terra e pela reforma agrária", destacou.

 

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