Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

No Pará, fiscais do Ministério do Trabalho libertaram 34 pessoas mantidas em regime de escravidão. O Estado lidera as estatísticas de trabalho escravo no país.

A fiscalização foi realizada no município de Vitória do Xingu, no sudoeste do Pará. Segundo os fiscais do Ministério do Trabalho, em duas fazendas foram libertados 34 trabalhadores em regime de escravidão. Treze eram menores. A jornada de trabalho, que deveria ser de 44 horas por semana, chegava a 90 horas, e sem direito a descanso aos domingos. "Nenhum ser humano resiste a uma jornada dessa. É uma jornada desumana que não podemos permitir", comenta o coordenador da operação Benedito Lima e Silva. Durante a operação os fiscais descobriram que nas fazendas e em outras empresas do grupo havia 193 funcionários sem carteira assinada. Algumas pessoas estavam trabalhando há oito anos sem registro.

Segundo os fiscais, os patrões são o prefeito do município de Marechal Deodoro, em Alagoas, Danilo Dâmaso, e a filha dele , Daniele Dâmaso, que é vice-prefeita. Os dois terão que pagar R$ 800 mil em indenização.

De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, o Pará é o Estado com o maior número de trabalhadores em regime de escravidão. Dos quase 3.500 trabalhadores libertados este ano em todo o país, metade estava no Pará. E para tentar diminuir esse número, o Estado elabora um plano de erradicação do trabalho escravo que dever ser lançado ainda este mês.

O prefeito de Marechal Deodoro, Danilo Dâmaso, está fora de Alagoas e não foi encontrado para responder às acusações. Segundo a filha dele e vice-prefeita, Daniele Dâmaso, ele só retorna na próxima quarta-feira. Ela se recusou a falar sobre as denúncias.

 

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