Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Balas de borracha e bombas foram usadas pela Brigada Militar do RS para realizar o despejo das quase mil mulheres que ocupavam, desde a última terça-feira (04), a Fazenda Tarumã, de propriedade da multinacional finlandesa, produtora de celulose, Stora Enzo. A investida da polícia teve início às 17h da quarta-feira, dia 05.

De acordo com o MST RS, cerca de 800 mulheres foram levadas para delegacia e 60 ficaram feridas após ação considerava violenta da Brigada Militar. A ação da BM está amparada por um interdito proibitório que a Stora Enzo conseguiu na justiça. O interdito proibitório permite que a polícia faça despejo sem mandado judicial caso qualquer uma das áreas da multinacional seja ocupada. Contudo, a área ocupada pelas mulheres da Via Campesina é considerada de posse ilegal da empresa, pois, segundo a Lei nº 6.634 de 1979; e o artigo 20, parágrafo 2 da Constituição Federal não pode existir compra de terras em áreas com distância menores a 150km das áreas de fronteira. E a Fazenda Tarumã, localizada na cidade de Rosário do Sul, descumpre esta lei e invade a área de fronteira com o Uruguai.

Em nota, as mulheres da Via Campesina afirmam ainda que a multinacional está cultivado um deserto verde (plantação de eucalipto) e que isso é uma afronta a soberania alimentar, a agricultura camponesa e a preservação ambiental . “Nossa ação é legítima. A Stora Enso é que é ilegal. Plantar esse deserto verde na faixa de fronteira é um crime contra a lei de nosso país, contra o bioma pampa e contra a soberania alimentar de nosso estado que está cada vez mais sem terras para produzir alimentos. Estamos arrancando o que é ruim e plantando o que é bom para o meio ambiente e para o povo gaúcho”.

Fonte: Equipe de Comunicação CPT PE com informação do MST e da Agência Estado

 

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