Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Somente no ano passado, o preço da terra no Brasil subiu aproximadamente 18%. Se descontando a inflação do período, o aumento real foi de quase 10%. As informações pertencem a uma pesquisa do Instituto FNP, especializado em agronegócio, e, segundo o estudo, os atuais valores do hectare brasileiro são os mais altos da história do país.

Para o professor do Departamento de Economia Rural da Unesp, José Gilberto de Souza, o grande fenômeno que pode explicar esta valorização da terra é o aumento dos preços das principais commodities agropecuárias.

“No caso do estado de São Paulo, em particular, a cana, a citricultura e a pecuária de corte são os fatores principais que alteraram profundamente a trajetória dos preços de terra. Ocorre que essa trajetória tem sido influenciada de forma mais decisiva pela expansão da cana-de-açúcar que apresentou nos últimos anos uma taxa de crescimento superior a 15%”.

A pesquisa do Instituto FNP indica que, se forem considerados os últimos três anos, o estado de São Paulo é responsável pelas maiores altas no preço da terra. Algumas regiões dos municípios de Araraquara, Bauru, Piracicaba, Ribeirão Preto e Pirassununga tiveram o preço da terra duplicado, em áreas em que se cultiva grãos, cana, café e pastagens.

No cerrado baiano, no município de Luís Eduardo Magalhães (BA), um hectare de terra que valia pouco menos de R$ 4,5 mil no começo de 2007 passou a custar R$ 7 mil. A alta valorização da terra no Nordeste atraiu fundos de investimento – brasileiros e estrangeiros – para o mercado agrícola.

Para o professor Souza, os problemas trazidos pela a alta do preço da terra são a redução da diversidade produtiva e o aumento da concentração fundiária.

De São Paulo, da Radioagência NP, Vinicius Mansur

 

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