Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Há mais de dois anos o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Pernambuco vem denunciando ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a compra ilegal de um lote dentro do Assentamento Serraria, no Município de Moreno, Região Metropolitana do Recife, por um indivíduo conhecido por Silvio. Mesmo com todas as denúncias, o Incra não tomou nenhuma providência para retirar o "proprietário" ilegal da área e retomar o lote. Após o assassinato dos dirigentes do MST Josias Barros e Samuel Matias no acampamento da Balança, também na região de Moreno, e do posterior desmonte desse acampamento, em agosto desse ano, as cerca de 30 famílias Sem Terra que viviam no acampamento da Balança foram deslocadas para o Assentamento Serraria, reocupando o lote comprado por Silvio, em acordo com o Incra. O MST reivindica a retomada desse lote e a desapropriação do Engenho Cachito, para o assentamento das famílias vinda do acampamento da Balança. Apesar do acordo com o Incra e da ilegalidade da compra do lote, hoje pela manha cerca de 70 policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Pernambuco realizaram ação de despejo das 30 famílias, dentro de um assentamento que já é do MST. A reintegração de posse ilegal foi concedida pelo Juiz José Anchieta Felix, da Comarca de Moreno. A Coordenação Estadual do MST em Pernambuco volta a denunciar a ilegalidade da compra de um lote em área desapropriada para fins de Reforma Agrária e já de posse do Incra, e a incompetência do Incra e do poder judiciário, que concede uma liminar fundamentada em uma ação ilegal e sem consultar o verdadeiro proprietário da terra, o próprio Estado. O MST se prepara para uma série de mobilizações e ocupações em todo o Estado a partir de segunda-feira (20).

 

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