Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

\"\"A ação marca a semana do trabalhador rural e denuncia o descaso do Estado com a Reforma Agrária e os povos do campo

Nesta terça-feira, dia 21, trabalhadores e trabalhadoras rurais de assentamentos da Zona da mata, acompanhados pela CPT, realizam um ato no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Recife, PE. A ação marca a semana do trabalhador rural e denuncia o descaso do Estado com a Reforma Agrária e os povos do campo. Cerca de 250 trabalhadores e trabalhadoras rurais de assentamentos e ocupações dos municípios de Aliança, Tracunhaém e Itaquitinga cobraram do Incra agilidade nos processo de liberação dos créditos para habitação e assistência técnica, vistorias e desapropriações. De acordo com Júlio Cezar, agente da CPT, a dificuldade de infra-estrutura nos assentamentos é muito grande, não basta só destinar a terra para o camponês e camponesa, é preciso garantir a permanência no campo e a produção de qualidade das famílias assentadas.

\"\"Os assentamentos sofrem com a falta de infra-estrutura. Em Nova Canaã - assentamento onde vivem 39 famílias e que existe há mais de 6 anos -  existem ainda famílias esperam há mais de 4 anos para que seja finalizada as obras de suas casas. Além da construção das moradias, foram cobrados também a construção de cisternas, melhoramento das estradas e garantia da realização, com qualidade, dos programas de Educação do Campo para os camponeses e camponesas, nos assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária. Segundo Marilene Ferreira, é preciso garantir ações que permitam a permanência do camponês na terra com qualidade. A falta de estrutura nos assentamentos e a negligência com os camponeses e camponesas é parte do processo de expulsão do trabalhador do campo.

Desvalorização da educação do campo - O programa Saberes da Terra – implementado, em 2006, pelo Governo em Pernambuco - também será ampliado para a cidade. Entretanto, a discriminação e falta de estrutura adequada para garantir educadores e educadoras do campo demonstra o processo continuo de expulsão do povo do campo. De acordo com Plácido Júnior, da CPT, “um exemplo nítido está nas diferenças de salários de educadores do programas no campo e na cidade. Enquanto que, na cidade, os educadores receberão R$1.200,00, no campo, o salário é de 700,00. E enquanto repassam R$100,00 como apoio para o estudante da cidade, os do campo recebem apenas a metade”, afirma. A destinação das verbas nem sequer leva em consideração o difícil acesso às áreas rurais. “Além do compromisso da educação do campo, os camponeses e camponesas tem o compromisso de produzir alimentos tanto para o campo quanto para a cidade. Esse descaso e desvalorização da educação do campo só reforça o interesse do estado em beneficiar o agronegócio”, complementa.

 

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