Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Lideranças quilombolas de Pernambuco estão reunidas em Garanhuns, Pernambuco, para discutir como melhorar a qualidade de vida nas comunidades. Habitação, saúde e educação são os principais temas do encontro.

Pernambuco tem mais de 120 comunidades quilombolas, 90 são certificadas pela Fundação Cultural Palmares. Em Garanhuns estão localizadas cinco delas.

Na comunidade Castainho, 200 famílias vivem da agricultura familiar e das casas de farinha. No lugar, não há saneamento nem água encanada. Para conseguir um balde cheio, os moradores andam quilômetros.

Na comunidade, não há escolas. A única creche é mantida por doações e pelo trabalho voluntário.

Fonte: Sitio Globo Rural, 08-10-09.


“As crianças querem entrar, mas a gente não tem mais condições. Já temos 85 crianças e só íamos funcionar com 30. Pela carência das pessoas que diziam: ‘Deixa a gente entrar, a gente só quer almoçar, tomar banho’, a gente foi deixando entrar e fizemos três classes. As professoras são voluntárias”, conta Marisa Férrer, diretora da creche.

O serviço de assistência social é precário. Sem informação, a representante quilombola Maria Vilma Lima luta para conseguir criar os oito filhos.

“É difícil, porque serviço não tem. O que você arruma serve para comer e olhe lá”, diz.

Os problemas podem ser vistos não só no Castainho, mas na maioria das comunidades quilombolas do estado. Lideranças de 40 comunidades participam do Seminário Integrado de Políticas para os Povos Negros. Para desenvolver ações voltadas para a melhoria na qualidade de vida das comunidades quilombolas, os ministérios pretendem trabalhar de forma integrada para promover políticas públicas de saúde, educação, assistência social e segurança alimentar.

“O Ministério de Desenvolvimento Social preside a Comissão Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, na qual a gente está criando uma política nacional de desenvolvimento sustentável desses povos. As comunidades quilombolas têm um assento nessa Comissão e, coletivamente, sociedade civil e governo estão montando um plano para que essas comunidades possam andar com as próprias pernas e alcançar seu desenvolvimento sustentável”, diz Luana Arantes, representante do Ministério de Desenvolvimento Social.

O encontro termina nesta quarta-feira.

 

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