Do lado dos trabalhadores, a principal demanda aos empresários é pelo fornecimento da comida. Fernando Carneiro, professor de epidemiologia e saúde ambiental da UnB (Universidade de Brasília), diz que a situação dos cortadores é de insegurança alimentar.
Folha de São Paulo, 19-06-09, DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
"Não falo nem da qualidade, mas da falta de comida mesmo. É uma situação de insegurança alimentar grave. Mal alimentado, o organismo entra em colapso", diz Carneiro, que, em pesquisa, identificou que a situação de insegurança alimentar dos boias-frias é quatro vezes superior à de um assentado.
Além da alimentação, os trabalhadores querem a adoção de um piso salarial nacional, para que o pagamento não seja baseado apenas na produção, fator que os incentiva a trabalhar no limite da exaustão.
Cobrados pela alimentação, os empresários pedem a criação de um seguro-desemprego no período da entressafra.
"As coisas são degrau por degrau. É preciso haver mais políticas públicas e um seguro-desemprego ao trabalhador temporário", diz Renato Cunha, do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco e, na mesa de diálogo, representante do Fórum Nacional Sucroenergético. (ES)