Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

BRASÍLIA – Em entrevista coletiva, ontem pela manhã, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, apontou os usineiros de Pernambuco como o pior exemplo do País. “No Estado, só restou um terço da mata atlântica, dentro do pouco que resta, por culpa deles.” E ameaçou: “quem não entrar na linha, vai ter a mão dura do Ibama, Polícia Federal e Ministério do Meio Ambiente e vai estar fora do jogo.”

Ministro ameaça punir infratores
Publicado em 02.07.2008, Jornal do Commercio, Recife

BRASÍLIA – Em entrevista coletiva, ontem pela manhã, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, apontou os usineiros de Pernambuco como o pior exemplo do País. “No Estado, só restou um terço da mata atlântica, dentro do pouco que resta, por culpa deles.” E ameaçou: “quem não entrar na linha, vai ter a mão dura do Ibama, Polícia Federal e Ministério do Meio Ambiente e vai estar fora do jogo.”

O ministro disse que, além de degradar o meio ambiente, os usineiros também prejudicam o cultivo da cana utilizada na produção de etanol – o que pode trazer impactos nas exportações do País. “Esse mau exemplo pode dar argumento aos que querem colocar barreiras à exportação do etanol brasileiro, mas a produção não vai ficar prejudicada.” As usinas que quiserem se legalizar, garantiu o ministro, terão apoio e crédito do governo federal.

“Essas lambanças dos usineiros de Pernambuco vão se converter em barreiras para todo etanol brasileiro, inclusive de outros Estados que produzem dentro de critérios de sustentabilidade. O Ministério do Meio Ambiente aprova o etanol, que é um combustível limpo e melhor para o planeta. Então, nós não estamos, com essa ação, obstruindo, mas viabilizando o etanol”, afirmou o ministro

Minc avisou que, na gestão dele (substituiu em maio a ministra Marina Silva) não será só na Amazônia que haverá fiscalização. Acabou a moleza para o usineiros do Nordeste, disse. “Não interessa que costas quentes tenham os usineiros. Vão ter que recuperar a área degradada”, acrescentou o ministro, ao destacar que muitos produtores contam com conivência política para manter irregularmente as usinas. “Eles estão indo contra todas as ações de preservação ambiental”, criticou Carlos Minc.

Pacto firmado entre os empresários do setor sucroalcooleiro e o governo do Estado, em setembro, prevê a reposição de seis hectares por ano em cada usina. “A pessoa que desmatou 10 mil, 15 mil hectares, vai regularizar sua situação plantando seis hectares? Esse acordo é imoral, e deve ter custado muito caro!”, insinuou.

 

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