“Nossa Marcha representa a organização e a resistência necessária para a classe trabalhadora nesse momento histórico”, afirma Margarida da Silva, da direção nacional do MST, sobre a Marcha em Defesa da Reforma Agrária, da Democracia e Contra o Golpe, que desde a última segunda-feira (25) reúne mais de 1500 trabalhadores rurais Sem Terra que saíram da cidade de União dos Palmares e chegam a capital Maceió na tarde de hoje (28).


Assentados e acampados de todas as regiões do estado de Alagoas organizados na Comissão Pastoral da Terra (CPT), no Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), no Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), no MST, no Movimento de Luta pela Terra (MTL), na Via do Trabalho (MVT) e no Terra Livre percorreram cinco cidades dialogando com a sociedade sobre a necessidade da Reforma Agrária para o desenvolvimento de Alagoas e do Brasil, além de denunciarem o golpe que ameaça os direitos da classe trabalhadora e a democracia.


Na chegada em Maceió os marchantes realizam na Universidade Federal de Alagoas (Campus A. C. Simões), um ato político e cultural em defesa da Reforma Agrária e da Democracia com a participação de diversas organizações populares, marcado para às 18h na frente da Reitoria da Universidade.


“É preciso que a gente possa denunciar o golpe que a elite brasileira está querendo dar em nosso país e nos colocarmos em luta e mobilização permanente contra qualquer tipo de ataque à democracia e aos direitos da classe trabalhadora”, disse Margarida.


Para Josival Oliveira, do MLST, foi a força e a esperança dos trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra de Alagoas o principal combustível para que a marcha percorresse os mais de 80 km.


“Nossa Marcha já é um marco histórico pela possibilidade de diálogo com a sociedade, da organização dos camponeses e camponesas e do exercício da unidade dos movimentos de luta pela terra do nosso estado”, afirmou Josival. “Nossa bravura será lembrada por muito tempo! Enquanto uma corja do que há de pior na nossa política montam um golpe na classe trabalhadora, nós estávamos no sol ou na chuva defendendo a democracia e os nossos direitos bravamente conquistados”.


De acordo com Josival, o ato político na Ufal além de marcar a chegada da Marcha na capital, reforça a necessidade da ocupação dos espaços universitários pela classe trabalhadora.


Os Sem Terra montam acampamento na Universidade onde na próxima sexta (29) participam de diversas atividades com a comunidade acadêmica, entre elas a manutenção do canteiro do projeto “Ufal em defesa da vida”, que os camponeses plantam simbolicamente 21 mudas em memória aos assassinados no massacre de Eldorado dos Carajás que completou 20 anos de impunidade em 2016.

 Os marchantes continuam na capital onde organizam-se para participar do ato do dia do trabalhador e da trabalhadora no próximo domingo (1).

“Nós precisamos continuar sonhando para construir a nossa história, pois ninguém irá fazê-la. Nossa marcha deve seguir com muitos sonhos no horizonte”, ressaltou Irmã Cícera, da Comissão Pastoral da Terra.

 

 

 

 

Da Página do MST
Por Gustavo Marinho