Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

A vida brotou da água. A água é constitutiva do ser humano, da vida como um todo e do meio ambiente da vida. Ela é um direito natural, bem inalienável, patrimônio da humanidade, dádiva divina, condição primária de todas as espécies vivas. Destruir os mananciais, as matas ciliares, poluir e contaminar os rios e lagos constitui-se como uma agressão brutal a todas as formas de vida na terra.

A humanidade vem tomando consciência que terra e água são indissociáveis, necessidade primeira para se garantir os demais direitos. A Terra é o "Planeta Água" e só se conhece a água na terra. Por isso é um imperativo divino e vital respeitar e cuidar da terra e da água, missão especialmente confiada aos camponeses e camponesas como garantia de vida plena.

1. Educação Ambiental e recursos hídricos:

 

  • Incentivar a recuperação e o reflorestamento das matas ciliares.
  • Lutar pela recuperação e preservação dos mananciais e pelo uso adequado dos recursos hídricos.
  • Realizar estudos sobre a legislação ambiental e a lei de recursos hídricos.
  • Combate ao desmatamento incentivando o manejo adequado da caatinga e demais biomas.
  • Combate aos grandes projetos que usam indiscriminadamente os recursos hídricos.
  • Incentivar e apoiar a criação de fóruns em defesa do direito à água.

    2. Políticas Públicas de Recursos Hídricos

     

  • Lutar pela criação e o acesso as políticas públicas que possibilitem o uso adequado dos recursos hídricos, tais como: mandala, barragem subterrânea, cisternas de placa entre outras experiências exitosas;
  • Lutar contra a privatização, a mercantilização da água e a transposição do Rio São Francisco;
  • Lutar pela mudança da Lei de Recursos Hídricos, tendo a água como bem comum e patrimônio público brasileiro;
  • Lutar para que a educação ambiental seja incorporada aos currículos escolares; 3. Água e Soberania Alimentar
  • Apoiar o uso da água em sistemas de produção agroecológicos que garantam a soberania alimentar;
  • Incentivar o uso de tecnologias alternativas para a captação e armazenamento de água para o consumo humano, a dessedentação de animais e para a produção camponesa;
  • Favorecer a formação dos agricultores como multiplicadores de tecnologia alternativa.

    Os maiores desafios:

     

  • Ausência de uma política de preservação e de reflorestamento.
  • Falta de programas de recursos hídricos adequados a agricultura camponesa.
  • Falta de programas de educação ambiental e sanitária para a população.
  • Uso indiscriminado de produtos agro-químicos.
  • Concentração dos recursos hídricos nas mãos de poucos.
  • Falta de informação e conscientização da população sobre o discurso sobre o mito da “escassez” e o uso adequado da água.
  • Ofensiva das grandes corporações pela privatização da água;

     

    Os caminhos e as ações:

     

  • Produção de subsídio em linguagem popular sobre a problemática da água, o uso adequado dos recursos hídricos e a educação ambiental.
  • Participação nas reflexões sobre o programa "Um milhão de cisternas".
  • Participação da campanha nacional contra a privatização das águas e a transposição do Rio S. Francisco.
  • Ações para que os municípios, Estados e União incorporem em seus orçamentos percentuais destinados ao melhoramento dos recursos hídricos.
  • Sistematização e divulgação das experiências exitosas em recursos hídricos
  • Denúncia sistemática em âmbito local, nacional e internacional da degradação ambiental.
  • Garantir espaços de formação sobre captação, armazenamento e uso adequado dos recursos hídricos para os camponeses, camponesas e agentes da CPT;
  • Incorporar nas romarias e celebrações o elemento água como bem sagrado e cultural dos povos
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    Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

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