O motivo seria possível calote aplicado por usinas instaladas no Estado a pequenos agricultores, que abandonaram a produção de soja e milho para arrendar suas terras para o plantio de cana.
Jun 23 2009 12:00AM
Autor: Fonte: Conjuntura On Line
22/06/2009 11h22
Devido ao problema, a Famasul iniciou na semana passada um levantamento que vai mostrar a situação dos arrendadores de áreas para usinas sucroalcooleiras do Estado. O trabalho começou por Sidrolândia.Apenas na usina Agrisul Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool (antiga usina Santa Olinda), no distrito de Quebra-Coco, são 40 pequenos e médios produtores que arrendaram ao todo 10 mil hectares e não recebem há mais de um ano.
“Vamos avaliar a questão jurídica e convidar o empresário a negociar para que não fique essa situação desgastante ao produtor”, afirmou Eduardo Riedel, vice-presidente da Famasul.
Além de Sidrolândia, onde há relatos de produtores rurais que tiveram que se desfazer do patrimônio para se manter por não receber pela área arrendada, também existem relatos que em Eldorado diversos agricultores estão enfrentando o mesmo problema.
No município, segundo Riedel, são oito mil hectares arrendados pela usina Rio Paraná, que pertence aos donos da Usaciga (Usina da Cidade Gaúcha), e 15 produtores que não recebem há pelo menos seis meses.
Em ambos os casos há arrendadores que já entraram na Justiça. “Não podemos generalizar, já que a grande maioria das empresas é séria e está cumprindo com suas obrigações.
No entanto, existem casos de produtores que arrendaram terras e estão passando dificuldades porque não receberam pelo arredamento”, disse o vice-presidente da Famasul.
Expansão
Um recente levantamento divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) mostra a área com plantio de cana-de-açúcar destinada ao setor sucroalcooleiro em Mato Grosso do Sul teve o segundo maior crescimento do país nos últimos 12 meses.
São 335,1 mil hectares cultivados, o que significa aumento de 21,5% em relação ao ano passado. O crescimento só fica atrás do registrado em Goiás, que teve 527,6 mil hectares plantados, ou seja, 31,3% a mais que em 2008.
A previsão é de que a produção de cana para o setor de álcool e açúcar no Estado passe de 20,7 milhões toneladas para 27,2 milhões de toneladas, na melhor projeção, aumento de 31%.
Da produção, 70% serão destinados ao álcool. A produção de açúcar deve atingir 1,1 milhão de toneladas e de álcool pode chegar a 1,5 bilhão de litros.
“Ainda não sabemos mencionar qual é o total de áreas arrendadas para o setor sucroalcooleiro no Estado. No entanto, sabemos que esse tipo de negócio tem crescido muito todos anos.
Esse levantamento vai nos ajudar a diagnosticar o total de áreas arrendadas e analisar o perfil das empresas instaladas em cada região. Isso vai ajudar na resolução de casos como esses”, relatou Riedel.