Os programas foram lançados na sede da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Serão liberados R$ 73 milhões até o fim deste ano e outros R$ 100 milhões entre 2009 e 2013. EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL, Folha de S. Paulo, 04/07/08.
O programa principal, no entanto, visa soletrar todo o DNA da planta. "Agora, vamos fazer o genoma completo", disse Marie-Anne Van Sluys, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. O projeto genoma anterior, encerrado em 2003 e comemorado pela comunidade científica, na verdade, revelou só as chamadas seqüências expressas da planta (pedaços de genes transcritos em moléculas de RNA).
"A pergunta importante é: Qual a diferença entre a cana e o arroz?", diz Van Sluys. Se for contado apenas o número de genes, tanto a cana quanto o arroz e até mesmo o homem estarão mais ou menos próximos. Todos têm entre 40 mil e 43 mil genes.
"O que faz da cana ser a cana?", pergunta a cientista. A resposta, disse ela, está também no desconhecido, nos 13% dos genes da cana que não foram ainda estudados.
A cana é considerada um grande "frankenstein" genômico porque muitas variedades foram cruzadas entre si.